A ciência dedica bastante tempo e energia a encontrar, em uma estrela próxima, um planeta habitável que não seja a própria Terra. Para isso ele precisa ter água, claro. Muita água. Agora, parece que o destino atendeu os anseios aquáticos da espécie humana com um pouco de convicção demais.

Você se lembra de Proxima B, exoplaneta descoberto em agosto? Ele fica na zona habitável da pequena anã vermelha Proxima Centauri, o que significa que está na distância perfeita para conter água em estado líquido. Proxima Centauri, por sua vez, é a estrela mais próxima do Sol, localizada a “apenas” 4,25 anos-luz da nossa casa — um pulinho, em termos astronômicos, tão perto, de fato, que já há gente com muito dinheiro no bolso querendo fazer uma visita.

O que ninguém sabia era quanta água havia ali, se é que havia. Bem, até agora. Novas medições feitas pela equipe do astrofísico Bastien Brugger, que serão publicadas na revista científica The Astrophysical Journal Letters revelam que Proxima B pode ter apenas água. Isso mesmo, um só oceano gigante, sem uma ilha deserta sequer para um Robinson Crusoé das galáxias.

Outras previsões sobre a nova esperança rotunda da humanidade já foram feitas, e elas não são o sonho dos corretores imobiliários da galáxia. Uma é consequência do tamanho de Proxima Centauri. A anã vermelha é bem pequena, o que significa que sua zona habitável é 25 vezes mais próxima de si do que a do Sol. Quando um astro pequeno está muito próximo do astro maior que orbita, eles tendem a se relacionar da mesma maneira que a Lua e a Terra: um fica sempre com a mesma face virada para o outro.

Isso significa que, se fosse parecido mesmo com a Terra, Proxima B teria uma metade imersa em noite eterna, o que tornaria o frio insuportável, e outra constantemente exposta à luz, que se tornaria um imenso deserto.
Essas, porém, são só hipóteses. Elas são consequência da aplicação de leis da física e da química à análise dos dados limitados já disponíveis sobre o exoplaneta. A única maneira de saber o que acontece por lá de verdade é fazer uma visita — ou seja, é melhor começar a torcer para os planos de Yuri Milner darem certo.

Fonte: https://revistagalileu.globo.com/
Foto: Nasa

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