O reúso da água e a crise hídrica são temas absolutamente relacionados, embora esta ligação só ganhe o devido destaque em tempos de reservatórios baixos e torneiras secas.

Em épocas de estiagem, de fato, o risco de desabastecimento da água que atende a população, o parque industrial e o agronegócio brasileiro reacende a importância e a urgência do aproveitamento da água de reúso.

Por enquanto, contudo, a água de reúso para fins não potáveis – aquela proveniente das chuvas, efluentes industriais e esgotos domésticos – ainda é pouco explorada e valorizada pelo cidadão comum, condomínios, empresas e administrações públicas.

Isso ocorre especialmente no Brasil, onde ainda reina o equivocado senso comum de que vivemos num país privilegiado e abençoado por suas abundantes e “infinitas” riquezas hídricas naturais – vide o majestoso rio Amazonas e as extensas, e hoje ameaçadas, bacias hidrográficas do São Francisco, Platina, Tocantins-Araguaia, Parnaíba e outras.

Abundância: Mapa mostrando a bacia de drenagem da Amazônia com o rio Amazonas

Desde já, portanto, a água de reúso é um imprescindível recurso hídrico sustentável, cuja utilização estimula a poupança de água bruta (que, dessa forma, é priorizada para o consumo humano), a preservação da natureza e a segurança da produção industrial e suas rotinas. 

Reúso: Baixo Aproveitamento Nacional

De acordo com o estudo Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil – Informe 2018, da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), o índice de aproveitamento da água de reúso no Brasil é praticamente irrelevante: cerca de 0,096% de todo o volume de água bruta retirada de mananciais superficiais e subterrâneos.

Isso significa que o país gera somente 2 m³/s de água de reúso, em contrapartida ao estrondoso volume de 2.083 m³/s de água bruta que é extraída de rios, lagos, poços artesianos, aquíferos e outros mananciais para abastecer cidades, indústrias e o agronegócio.  

Como se não bastasse a falta de estímulo e de campanhas educativas sobre o tema, o Brasil ainda não possui uma legislação específica, de âmbito federal, que regule questões como a coleta, armazenamento, tratamento e padrões de qualidade da água de reúso.

Existe, porém, a norma ABNT NBR Nº 13969, da Associação Brasileira de Normas Técnicas, que estabelece padrões de análise de qualidade da água de reúso.

Esta norma – denominada “Tanques sépticos – Unidades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos – Projeto, construção e operação” – fornece orientações para o tratamento de água de reúso e define classes de uso e seus parâmetros de qualidade (turbidez, taxa de coliformes fecais, cloro residual, sólidos dissolvidos e outros) da seguinte maneira:

  • Classe 1 – lavagem de carros e outros usos que requerem o contato direto do usuário com a água, com possível aspiração de aerossóis pelo operador, incluindo chafarizes
  • Classe 2 – lavagem de pisos, calçadas e irrigação de jardins, manutenção dos lagos e canais para fins paisagísticos, exceto chafarizes
  • Classe 3 – reúso nas descargas dos vasos sanitários
  • Classe 4 – reúso nos pomares, cereais, forragens, pastagens para gados e outros cultivos através de escoamento superficial ou por sistema de irrigação pontual

Fonte: Norma ABNT NBR 13969:1997

Reúso da Água em Condomínios

Hoje, mais do que nunca, é fundamental o incentivo às  tecnologias capazes de gerar a água de reúso visando o combate às crescentes crises hídricas e a garantia da sustentabilidade sócio-econômica e ambiental.

Uma dessas alternativas são os sistemas de filtragem e tratamento de água desenvolvidos especialmente para condomínios e indústrias, de acordo com suas demandas, particularidades de consumo e propriedades físico-químicas e biológicas da água a ser tratada  (residual ou de fornecimento público).

No caso de condomínios residenciais e comerciais,  esta valiosa água de segunda geração pode ser produzida em Estações de Tratamento de Água (ETA) ou Estações de Tratamento de Esgoto (ETE).

Vale observar que a chamada água cinza – aquela proveniente de banhos, lavatórios, pias, máquinas de  lavar (roupas e louças) e tanques – em condomínios pode ser facilmente tratada e reutilizada para fins não potáveis.

Depois de tratadas, as águas cinzas de condomínios se transformam em água de reúso com múltiplas aplicações, que vão desde a irrigação de áreas verdes, a lavagem de pisos, áreas comuns, garagens e veículos, até a utilização em descargas de vasos sanitários.

As águas pluviais também podem ser uma fonte hídrica alternativa em condomínios, a partir da implantação de sistemas de coleta e tratamento deste tipo de água.

Em Jundiaí, a FUSATI solucionou o problema de qualidade de água em um condomínio residencial com Estação de tratamento e filtração

Da mesma forma que as águas cinzas, a água de chuva devidamente tratada só pode ser utilizada para fins não potáveis.

Reúso da Água da Agricultura

Agricultura consome 52% da água captada no Brasil.
Um estudo experimental divulgado recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou que a agricultura brasileira é responsável pelo consumo de 52% da água captada de corpos hídricos superficiais e subterrâneos do país.

Quando tratada de maneira adequada, ou seja, sem oferecer riscos à saúde pública, a água de reúso também tem grande valia na agricultura.

Dentro de padrões específicos de qualidade, e pós-tratamento, as águas residuais podem ser utilizadas na produção de alimentos. Especialmente na olericultura, ramo da horticultura que envolve o plantio de legumes e verduras.

O tema é alvo de grande interesse por parte da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), que há anos realiza pesquisas e publica livros técnicos sobre a água de reúso e sua aplicação no agronegócio.

Um desses títulos – o livro Reúso de Água na Agricultura (de 2014) – cita dados da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura)  que apontam que “no ano de 2030, metade dos alimentos produzidos e dois terços dos cereais colhidos no mundo virão da agricultura irrigada”.

Simultaneamente, porém, a água bruta disponível para a agricultura sofrerá quedas de até 40% até o ano de 2050, adverte a FAO.

Inevitavelmente, esse preocupante cenário futuro de déficit de água põe em risco a segurança alimentar global. Por conta disso, o setor agrícola deve, de maneira crescente, investir em tecnologias que possam tratar águas residuais para uso seguro nas diversas culturas.

Mesmo porque, salienta o título da Embrapa, “segundo Ayers e Westcot (1999), a agricultura utiliza maior quantidade de água e pode tolerar águas de qualidade mais baixa do que a indústria e o uso doméstico”.

Reúso da Água na Indústria

O setor industrial também se beneficia da água de reúso em seus processos fabris e operacionais, gerando redução de despesas com água de distribuição e diminuindo o estresse hídrico dos mananciais.

Companhias dos mais variados segmentos se beneficiam da água de reúso gerada em Estações de Tratamento de Água (ETA), Estações de Tratamento de Efluentes Industriais (ETEI) e Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) construídas em suas unidades produtivas.

Estação de tratamento de água compacta

Além de serem sistemas versáteis de tratamento de água bruta e de águas residuais, essas unidades são tecnologias sustentáveis pelo fato de produzirem a vantajosa água de reúso. 

Em espaços industriais, a água de reúso pode ser empregada em tarefas como irrigação de áreas verdes, lavagem de pátios, frotas de veículos, descargas de vasos sanitários, alimentação de caldeiras, resfriamento de máquinas e equipamentos industriais.

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Crise hídrica enfrentada pelo estado de São Paulo – Sistema Cantareirana. Fonte da imagem: Divulgação/Sabesp

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Reúso da Água e a Crise Hídrica
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O reúso da água e a crise hídrica são temas absolutamente relacionados, embora esta ligação só ganhe o devido destaque em tempos de reservatórios baixos e torneiras secas. Foto: Divulgação/Sabesp
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